Quando me foi pedido para fazer um trabalho sobe o 25 de Abril de 1974, fiquei muito entusiasmado.
Cheguei a casa e falei com a minha mãe sobre isto. As ideias começaram
a vir á minha cabeça, vou falar com o meu avô Luís , ele esteve na Guerra
Colonial !! Pensei logo fazer –lhe uma
entrevista, ou falar com ele sobre o assunto , mas…
A minha mãe levou-me à Biblioteca Municipal do Montijo , para eu fazer
uma pesquisa, nunca tinha lá ido. A minha mãe explicou-me como ver onde podia
procurar os livros , e lá tem mesmo muitos .
Aprendi que na Biblioteca ,têm muitas regras que eu não sabia ,não se
pode falar alto, não pudemos arrastar as cadeiras , e todos os livros que
retiramos para ler ou pesquisar têm de ser deixados na mesa onde vamos ler .
Escolhi 2 livros : “A Revolução das Flores e “ José Jorge Letria –
Capitães de Abril “
Nestes dois li algumas partes , mas não consegui perceber muito bem ,
tinham algumas imagens , mas acho que não era bem isto que andava á procura .
Então fui com a minha mãe á seção juvenil ,onde perguntei á senhora se me
podia ajudar , na minha pesquisa , e ela trouxe –me 2 livros : “ 25 de Abril – Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada “ e “ História de
Portugal Juvenil – Verbo”.
Aqui consegui perceber muito mais, por exemplo a origem da palavra Democracia e Onde Nasceu?
A
palavra democracia é de origem grega é resultante da fusão de 2 palavras :
Demos
= Poder e Kratos = Povo a sua junção significa “Poder do Povo “.
Foi
na Grécia antiga Sec
. IV
antes de cristo em Atenas que surgiu um regime de Governo Novo e ousado
em que as decisões mais importantes não eram obra nem de um Rei ou de um Chefe
nem sequer de um grupo de pessoas notáveis ,mas sim do povo .
Mas
a decisão só foi unânime passados 25 Séculos , onde se criou a Assembleia !!!
•Na
madrugada do dia 25 de Abril de 1974 , estalou uma revolução que derrubou o
Governo com o objectivo de implementar a Democracia . Esta data representou uma
viragem decisiva na história de Portugal, e abriu caminhos a mudanças muito
profundas , na vida dos Portugueses.
•A
revolução foi saudada nas ruas com grandes manifestações de alegria porque há muito que a população
ansiava pela Liberdade.
Proibições
•Era
proibido beber Coca-cola devido ao seu nome associado á droga .
•Mas
Pepsi –cola já se podia
•Enfermeiras
não podiam casar
•Professoras
primárias só podiam casar com um homem que ganhasse um ordenado superior ,
tinham de pedir autorização para casar , e era colocado em Diário da Republica
.
•Todas as professoras tinham de
assinar um documento de ordem anti-
comunista ,
•Os
Oficiais do exercito só podiam casar com uma mulher rica ou que tivesse dote (
o pai da nova tinha de ter mais ou menos 1000 euros para oferecer)
•Não
era permitido jogar ás cartas no comboio
•Não
era permitido dormitar nos bancos de jardim
•Pagava-se
multa se as donas de casa sacudissem o pano de pó para a rua
•Não
era permitido usar bikini nas praias , na entrada das praias havia um placard
onde mencionava o uso de fato de banho de 2 peças , com saiote por cima do
mesmo , não era permitido mostrar o umbigo .
•Para
se utilizar um isqueiro , havia uma licença ,
•Só
era permitido acender o isqueiro “debaixo de telha fica explicito na licença “,
ou seja em casa , senão levava –se multa , a licença custava 60.00 escudos o
valor na altura dava para comprar 1 kilo de carne , comprar fruta e legumes e
ainda um ramo de flores .
•Haviam
alguns rapazotes mais engraçados , que andavam com um bocado de uma telha no
bolso , e acendiam o isqueiro na rua mas debaixo da telha , era uma forma de
gozar com a autoridade .
•Se
as pessoas fossem multadas o valor da multa era de 250.00 escudos !!!!
Conversa
com o meu Avô Luís
•Em
conversa com o meu avô sobre o 25 de Abril,
vim a saber que o mesmo se deveu a alguns factores entre os quais destaco :
•A
Guerra Colonial que existia nas antigas províncias ultramarinas , Angola ,
Moçambique e Guiné
•O
descontentamento das Forças Armadas daqui surgiu o MFA
•Assim como da população
•O
meu avô esteve na Guerra Colonial de 1969 a 1971 , em Farim na Guiné , contou
–me que quando iam cumprir a recruta do serviço militar , mesmo que não
quisessem seguir o serviço eram enviados para a Guerra .
•Felizmente
não lhe aconteceu nada , mas perdeu alguns amigos , todos os anos os
companheiros do pelotão dele se juntam
num almoço convívio .
Conversa
com o meu avô
Dia 25 de Abril de 1974
Dia 25 de Abril de 1974
Decidi
e então fazer uma entrevista/ conversa ao meu avô Luís , o meu avô na altura
era gerente de um supermercado , da empresa A.C.SANTOS e a minha avó trabalhava
no modelo .
Avô
,onde estavas quando aconteceu o 25 de Abril de 1974?
-Estava em Sacavém
, onde morava na altura.
E
estavas a fazer o quê ?
-Levantei-me
ás 7 horas da manhã , e quando fui apanhar o autocarro com a avó para irmos
trabalhar , é que tive conhecimento da revolução em curso. A avó veio logo para
casa , porque as pessoas, diziam que ia haver uma guerra , e todos estavam com
medo .
E o que fez quando soube que houve uma
revolução?
Desloquei-me
a pé para o meu trabalho , deixou logo de haver transportes , onde permaneci
até ás 5 horas da tarde, como tinha o cargo de gerente do supermercado A . C .
Santos , era eu que abria a porta .
E as pessoas queriam ir comprar alimentos ,
porque tinham receio duma revolução e do qual tinham muito receio que faltasse
a comida .Foi uma loucura ficámos com as prateleiras quase todas vazias ,
vendemos todo o açúcar, arroz , conservas …..
Fechei as portas ás 5 da tarde ,
porque tive receio que viessem assaltar a loja para roubar alimentos
Quando
chegaste a casa , o que aconteceu ?
•-
Na rádio aconselhavam a irem para casa
,para não irem trabalhar e na televisão , aparecia um
militar a dizer para termos calma , que não iria acontecer nada de grave , mas que deveríamos ficar em casa
.
•Ficámos
um bocado apreensivos com a situação.
No
dia a seguir foste trabalhar?
-Sim , fui .
-Não tiveste medo?
-Medo, medo , não , mas estava com
algum receio .Tinha receio de chegar á loja e de estar tudo partido , por
exemplo ,
-
-Foste a alguma Manifestação?
-Não, não fui , não podia… porque
devido ao cargo que tinha , tive de deixar de fazer algumas coisas para não
sofrer consequências .
-Então , o que poderia acontecer? Já
não estavam Livres ….
-Não é bem assim , aliás para tua
informação , o meu patrão teve de “fugir” para o Brasil , porque como era
Patrão não era bem visto , pertencia á classe dos ricos que se aproveitava do
Povo , o que não era verdade , nas na
altura era assim…
Então ficaste sem emprego ?
-Fiquei , durante 9 meses , não me
deixavam ir trabalhar, como eu tinha o cargo de gerente foi complicado ,
-E então como vivias ?
-Passados esses 9 meses , foi
provado que os gerentes das lojas não eram Sócios da Empresa , e pagaram-me ,
mas foram tempos muito difíceis .
-
-Como te sentiste após o 25 de Abril
?
-Todos nós sentimos uma grande
libertação, porque já podias falar sem receios , ter opinião , pudemos ter o direito de votar .As nossas
condições no trabalho também melhoraram bastante , passámos a trabalhar só 8
horas por dia , e ter 2 dias de descanso ,
2
dias de descanso?
Sim
, toda a gente trabalhava todos os dias , o que o patrão exigisse 10 , 12 horas
ou mais, se fosse preciso , e só descansávamos ao Domingo.
Então
e tudo voltou á normalidade ?
Não
, durante mais ou menos 1 ano houve muitas manifestações , pacificas …mais ao
menos .
Como,
mais ou menos ?
Ainda
houve algumas manifestações, por parte do povo, mas juntos conseguimos vencer
os obstáculos , como tudo na vida …
Por
isso é que se começou a ouvir : O Povo Unido jamais será Vencido “
Avô,
o meu pai nasceu um ano depois , como te sentiste?
•Foi
a minha maior alegria , saber que o nosso país , estava a mudar para melhor , e
que eu podia criar o meu filho num país sem represálias , sem medos e
proibições.
•
•Avô
, muito obrigado , por me ajudares , a compreender melhor , o nosso País e a
Revolução dos Cravos.
•
De nada.
E
assim acabo o meu trabalho.
•Fonte
: livro – “25 de Abril- Ana Maria
Magalhães e Isabel Alçada
•Enciclopédia Juvenil – Verbo
•Documentário
– Proibições – Sic
•
•Trabalho
feito por :
•Martim
Martins Nº 11 6º D Escola D. Pedro
Varela - Montijo
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