sábado, 9 de junho de 2018

Montijo: Património




Ermida do Senhor Jesus dos Aflitos



Instituído no século XVI por Duarte da Gama enquadrava-se 
na tipologia das construções daquela altura dedicadas à 
exploração agrícola e existentes nos
arredores de Lisboa. 

Originalmente a propriedade era constituída por diversas
construções destinadas ao uso agrícola, 
pela casa principal de dois pisos, um oratório
onde se dizia missa, jardins com flores, horta, vinhas e pomar, 
salinas e um moinho
de maré de quatro mós.

Do conjunto destacava-se o portão principal sobre o qual se 
encontravam as armas do seu instituidor, ou seja Duarte da Gama 
que hoje em dia ainda se podem observar. 

O brasão em pedra lioz colocado “au balon” envolto numa cartela com
motivos vegetalistas ostenta um perfeito, belíssimo e correcto ordenamento ~
dentro das boas regras da Heráldica.

Com o terramoto de 1755 todo o conjunto se arruinou tendo sido alvo de uma
profunda reconstrução, dando ao solar e à ermida as características que podemos
observar nos nossos dias.

A ermida, de nave única revela uma preocupação estética que não se encontra na
casa. O seu interior é de grande simplicidade destacando-se o arco triunfal que
separa a capela-mor do resto da ermida.

Na capela-mor observa-se um retábulo de madeira polícroma com frontão
triangular de características neoclássicas decorado no vértice e no tímpano, onde se
pode observar uma belíssima imagem de Cristo crucificado em marfim de modelo
agonizante que remonta possivelmente ao século XVII-XVIII e é um notabilíssimo
trabalho indo-português.

Do recheio da ermida faz ainda parte uma imagem de Nossa Senhora da Piedade em
madeira polícroma com um belíssimo estofado, datada do século XVII.

Embora a sua anterior invocação fosse Nossa Senhora das Dores conforme se pode
constatar pelo medalhão existente sobre o portal principal, a actual invocação
reflecte a enorme devoção popular à imagem do Salvador Crucificado sob a
denominação do Senhor Jesus dos Aflitos.

A quinta é popularmente conhecida por Quinta do Saldanha devido ao facto de a
propriedade ter pertencido à família Saldanha da Gama, resultante da união entre
as duas famílias por casamento.

Todos os anos por altura das Festas Populares de S. Pedro a 30 de junho realiza-se
a romaria à Capela seguindo-se a arrematação das bandeiras.


Trabalho realizado por Salvador Falardo (6B)

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